quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Carbúnculo

O Carbúnculo é uma espécie de animal mítico que teria sido avistado na América do Sul pelos primeiros conquistadores espanhóis. Carbúnculos são geralmente descritos como pequenos animais, como gatos, cães ou até aves. O que torna um carbúnculo diferente dos animais comuns é uma jóia que ele possui encravada em sua testa. Esta jóia lhe confere habilidades especiais, como a capacidade de emitir raios de luz e também sentir a emoção e a personalidade das pessoas. O carbúnculo usa seus raios de luz para cegar pessoas gananciosas que estejam à procura de sua jóia, mas  caso encontre com uma pessoa humilde e de bom coração, a sua jóia cai de sua testa e ele a entregará pacificamente a essa pessoa.

No Brasil, especificamente no Rio Grande do Sul, existe uma lenda sobre um carbúnculo, conhecida como "A Salamanca do Jarau". No tempo dos padres jesuítas, existia um moço sacristão no Povo de Santo Tomé, na Argentina, do outro lado do rio Uruguai. Ele morava numa cela de pedra nos fundos da própria igreja, na praça principal da aldeia. Certo dia, o sacristão viu uma criatura sair das águas de uma lagoa vizinha. Ela era parecida com um lagarto, só que enorme e tinha em sua cabeça uma jóia tão brilhante que fazia ofuscar as vistas.

Apesar da dificuldade em capturá-lo, o sacristão conseguiu apoderar-se dele e levá-lo para casa. Ali, ele descobriu, deliciado, que o Carbúnculo tinha o poder de dar riquezas infinitas ao seu possuidor, além de transformar-se, à noite,numa linda mulher.O sacristão, então, passou a devotar todos os seus cuidados à criatura sobrenatural, esquecendo-se de Deus e dos homens. A inveja, porém, falou mais forte, e os homens da cidade decidiram prender o ex-sacristão, condenando-o à morte. O Carbúnculo, porém, veio em seu socorro e, depois de espalhar a morte e a devastação, raptou o amigo das mãos dos seus carrascos, desaparecendo juntamente com ele. Reza a lenda que o sacristão vive até hoje, no Cerro do Jarau, em meio às riquezas, junto do seu amigo do peito, que à noite continua a se metamorfosear em bela ninfa.
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