quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Silfos


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Ariel, de John Anster Fitzgerald (1823 - 1906)
Os silfos (sylphs, em inglês) são os elementais do ar, segundo o Tratado sobre os Espíritos Elementais, de 1566, do médico e alquimista Paracelso. O autor que também os chamou sylvestris, em latim, parece ter cunhado a palavra a partir de sylva ("floresta", em latim) e nymph ("ninfa"). A forma feminina sílfides (sylphides, em francês; silphids, em inglês), surgiu primeiro em francês, em 1671, por Montfaucon de Villars, ao comentar Paracelso. Em inglês, sylph é tanto masculino quanto feminino e silphid é considerado um diminutivo, mas em outras línguas, "sílfide" e seus equivalentes é o feminino de silfo.
O mais conhecido é Ariel, personagem de A Tempestade de Shakespeare. Embora não seja chamado de silfo na peça, suas características, o nome (que soava em inglês de maneira semelhante a aerial) e o fato de estar a serviço de bruxos e magos (primeiro Sicorax, depois Próspero) o relacionam à tradição dos alquimistas. Em Shakespeare, Ariel é masculino, mas seu papel freqüentemente foi representado por mulheres e, na arte, muitas vezes aparece como feminino ou andrógino.
No poema épico O Roubo da Madeixa (The Rape of the Lock), Alexander Pope satirizou a fascinação pelo esotérico e misterioso da poesia heróica inglesa e francesa do século XVIII, inventando uma teoria pseudo-alquímica para explicar as sílfides, que também chama de sprites. Nesse poema, as mulheres cheias de rancores e vaidades convertem-se em sílfides ao morrerem porque seus espíritos estão demasiado carregados de vapores obscuros para subir ao Céu. Belinda, a heroína do poema, é ajudada por um pequeno exército de sílfides, que fomentam sua vaidade e defendem sua beleza, cuja chefe se chama também Ariel. Outras sílfides citadas no poema são Zefirete, Brilhante, Momentilha, Crespissa e Umbriel.
Uma dos satélites naturais de Urano recebeu o nome de Ariel em homenagem a Shakespeare e Pope. Outro foi chamado Umbriel, nome de uma das sílfides de Pope.
No balé A Sílfide, de Adolphe Nourrit (1832) as sílfides são identificadas com as fadas do folclore inglês e as lendas medievais sobre o país onde viviam. Inspirado no conto Trilby, de Charles Nodier, a peça conta a história de um jovem escocês, James, que é amado por uma sílfide que só ele pode ver, mas que está noivo de uma mortal. No dia do casamento de James, a sílfide se apodera da aliança da noiva e corre a esconder-se no bosque. James a persegue e esquece-se da sua prometida.No bosque, encontra uma velha feiticeira à qual havia denunciado tempos atrás e que, desejosa de vingança, lhe oferece um véu com o qual, segundo ela, poderia capturar a sílfide, mas o véu está envenenado e, ao cair sobre a sílfide, a faz perder as asas e a vida. James, enlutado, vê, ao longe, a ex-noiva casar-se com seu rival. Por influência desse famoso balé, jovens esbeltas e graciosas passaram a ser frequentemente chamadas de "silfos" ou "sílfides", para sugerir sua leveza e estas entidades foram mais amplamente confundidas com as fadas.

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